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Em live, especialistas da Abramet falam sobre a importância do uso dos dispositivos de retenção para crianças nos veículos automotores

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A legislação e a importância sobre o uso das “cadeirinhas” e as recomendações médicas sobre o tema. Estes foram os destaques do encontro virtual promovido pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), na última semana. A transmissão já está disponível no canal do Youtube e na página oficial da entidade no Facebook, e conta com cerca de 900 visualizações nas duas plataformas.

Participaram do encontro os especialistas Ricardo Hegele, 1º vice-presidente da Abramet; Flávio Adura, diretor científico; José Montal, diretor administrativo. A moderação ficou a cargo do presidente da instituição, Antonio Meira Júnior.

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Em sua fala de abertura, Meira Júnior ressaltou a importância do tema e as recomendações contidas na cartilha ‘Medicina de Tráfego: transporte seguro de crianças em veículos automotores’ – elaborada juntamente com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para orientar pais, transportadores de crianças, médicos, policiais e sociedade em geral sobre a forma mais segura de transportar crianças no interior dos veículos.

EPIDEMIOLOGIA – José Montal deu início à exposição abordando a questão epidemiológica e estudos sobre a importância das cadeirinhas na prevenção de acidentes. Um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra o acidente de trânsito como a primeira causa de morte entre crianças e jovens com idades entre cinco e 29 anos. Nesse sentido, considerando a faixa etária de 5 a 14 anos, a morte decorrente de ferimentos provocados pelos acidentes de trânsito é a primeira entre todas as mortes por causas definidas na maioria dos países das Américas, incluindo o Brasil.

De acordo com a ONG Criança Segura, os acidentes matam diariamente 12 crianças e hospitalizam 335, em média, no Brasil. Das crianças que morrem no trânsito brasileiro, aproximadamente 40% estão na condição de ocupantes de veículos. Atropelamentos ocupam a segunda colocação, seguidos por deslocamentos por motocicleta e bicicleta.

“Esse dado mostra uma mudança na curva que vinha acontecendo, porque o primeiro colocado era sempre o atropelamento. Essa mudança pode ser, provavelmente, em função da dificuldade de levar crianças para rua hoje em dia, porque elas vivem isoladas em prédios e se expõem menos aos riscos”, declarou Montal.

Na década anterior à Lei das Cadeirinhas, em média 944 crianças ocupantes de veículos eram internadas a cada ano. Nos dez anos seguintes essa média baixou para 719.  Apesar do crescimento de 50% da frota de veículos, houve uma redução de 24% nos acidentes, nesses últimos dez anos.

HISTÓRICO E IMPORTÂNCIA – Flávio Adura falou abordou a história do transporte de crianças no interior dos veículos no Brasil, que teve início com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) de 1997, e que prevê que as crianças com idade inferior a dez anos devem ser transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

Na época, a resolução do Contran não especificava como a criança deveria ser transportada, somente que ela deveria estar usando um cinto de segurança ou sistema de retenção equivalente. “Foi preciso dez anos para se fazer uma resolução explicando quais eram os dispositivos que deveriam ser utilizados. A resolução do Contran sobre o tema é de 2008, mas a Abramet já estava trabalhando o tema antes. Em 2003, foi feita a diretriz sobre segurança no transporte veicular de crianças, cujo objetivo, entre outros, era definir normas que possibilitassem o transporte seguro de crianças no interior dos veículos”, explicou Flávio.

“A segurança no transporte veicular de crianças não tem feito parte do aconselhamento médico rotineiro. Há necessidade de maior disseminação da ciência para o que os profissionais orientem os pais sobre o transporte seguro de seus filhos. Além disso, o local em que a criança é transportada no interior do veículo pode representar um risco adicional importante porque nos casos de impacto frontal, crianças transportadas no banco traseiro têm menos risco de morrer ou sofrer ferimentos graves”, esclareceu.

Adura explicitou ainda que a segurança é maior quando as crianças são transportadas no centro do banco traseiro. Nos casos de acidente automobilístico, crianças transportadas no centro do banco braseiro têm até 24% menor risco de morte que aquelas transportadas nas posições laterais.

TIPOS DE DISPOSITIVOS – Em sua exposição, Ricardo Hegele abordou a diferença entre os dispositivos de retenção infantil e quais são as recomendações da Diretriz da Abramet e quais são as que estão na resolução do CONTRAN. Ele reforçou a importância do dispositivo estar adaptado para cada fase de crescimento da criança.

Um ponto bastante enfatizado pelo especialista foi a questão dos prejuízos do uso indevido e precoce do cinto de segurança. Conforme explicou, quando uma criança passa a utilizar prematuramente o cinto de segurança do veículo, a faixa subabdominal posiciona-se sobre o abdome e a transversal atravessa o pescoço e a face. Isso pode causar lesões graves, porque a criança não tem estatura adequada, podendo ocorrer a chamada síndrome pediátrica do cinto de segurança.

“Transportar uma criança em veículo automotor sem a observância das normas que estão estabelecidas no CTB é considerado uma infração gravíssima, com penalidade de multa, além do recolhimento do veículo até que a criança seja retirada do banco dianteiro. Além de escolher um dispositivo de retenção adequado, é importante saber utilizá-lo e posicioná-lo adequadamente para que a proteção seja feita de forma correta”, disse Hegele.

Fonte: https://abramet.com.br/noticias/em-live-especialistas-da-abramet-falam-sobre-a-importancia-do-uso-dos-dispositivos-de-retencao-para-criancas-nos-veiculos-automores/