Problemas na saúde de motoristas causam 470 sinistros por dia nas rodovias do País, alertam médicos do tráfego

Cerca de 170 mil sinistros de trânsito registrados em rodovias brasileiras em 2022 tiveram como causa principal ou secundária questões relacionadas à condição de saúde dos motoristas, no momento da ocorrência. Esse volume de colisões, capotamentos e outros desastres deixou como saldo 70,8 mil feridos e quase 8 mil mortos – números que representam um aumento de quase 28% em relação ao mesmo período do ano passado.

A conclusão é da Associação Brasileira do Medicina de Tráfego (Abramet), que durante o Maio Amarelo 2023 chama a atenção dos condutores e autoridades para a importância da prevenção à saúde para a redução de acidentes nas vias e rodovias brasileiras. Com base na catalogação de dados coletados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), os médicos do tráfego reuniram os acidentes em categorias mais recorrentes, entre elas a falta de atenção, ingestão de álcool e substâncias psicoativas, sonolência do condutor e o mal súbito.

Para o presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior, as condições de saúde dos condutores são extremamente relevantes para a segurança do trânsito. “Observamos que um terço dos mortos e feridos nas rodovias monitoradas pela PRF podem ter sido acometidos por problemas como déficit de atenção (permanente ou circunstancial), deficiências visuais, distúrbios de sono e comprometimento motor ou de raciocínio ” pontua.

Para ele, a saúde do condutor é um aspecto que deve ser considerado no âmbito de ações e políticas públicas destinadas à redução dos indicadores e reforça o estímulo à realização periódica do Exame de Aptidão Física e Mental pelo motorista, mecanismo considerado decisivo para a redução da mortalidade no trânsito. Para além do Maio Amarelo, lembra o presidente da Abramet, é preciso investir em campanhas permanentes de conscientização e fiscalização.

Fonte: PRF. Elaboração: Abramet/360°CI

Saúde e direção – A falta de reação, resposta tardia ou ineficiente ao volante, à propósito, foram as principais causas de mortes e ferimentos, segundo o levantamento. Mais de 50,2 mil pessoas ficaram feridas e outras 5 mil morreram em cerca de 119 mil sinistros ocorridos em 2022 por falta de resposta imediata às circunstâncias que comprometeram a direção. “Diversos fatores podem comprometer o tempo de reação, julgamento, visão e dificuldades no processo da informação e memória de curto prazo do condutor”, alerta o diretor científico da Abramet, Flavio Adura.

Através de orientações e aconselhamentos, explica Adura, o médico do tráfego pode auxiliar na identificação de motoristas com risco de se envolverem em acidentes de trânsito e auxiliá-los a dirigir com segurança. “É muito importante afastar da direção de um veículo condutores que possuem problemas de saúde que interfiram na direção veicular segura”, acrescentou.

A ingestão de bebida alcoólica é a terceira causa mais frequente, no que diz respeito à saúde de quem conduz. Foram mais de 28,6 mil sinistros nas rodovias, só no ano passado, que deixaram um saldo de 10,8 mil feridos e pelo menos 1,2 mil mortos. “Sabe-se que o álcool compromete o reflexo dos motoristas. Se fosse apenas isso, já não seria pouco, mas também reduz a capacidade de percepção da velocidade e dos obstáculos, reduz a habilidade de controlar o veículo, diminui a visão periférica, prejudica a capacidade de dividir a atenção e aumenta o tempo de reação”, alerta Flavio Adura.

Outra condição de saúde que mais aparece no levantamento é o sono. Este fator motivou, segundo a PRF, 961 mortes e deixou 7,5 mil feridos em 2022. Em comparação com o ano anterior, o número de sinistro relacionados ao sono aumentou em 25%. Completam o trabalho, o chamado mal súbito – perda de consciência devida mais frequentemente a doenças cardiológicas (infarto, arritmias) e neurológicas (AVC, convulsões) –, com mais de 2 mil mortos e feridos.


Fonte: PRF. Elaboração: Abramet/360°CI

Fator humano – Em termos globais, as informações contemplam apenas os sinistros registrados nas estradas e rodovias sob supervisão da PRF. Não foram contabilizados, portanto, transtornos em colisões que aconteceram em pistas, ruas e avenidas dos centros urbanos. Com isso, avalia o presidente da Abramet, “o quadro pode ser muito pior, pois um número importante de colisões não entra nas estatísticas”.

Segundo os dados analisados, 80% dos sinistros foram motivados exclusivamente pelo chamado fator humano. Além das causas relacionadas direta ou indiretamente à situação clínica dos condutores (fadiga, stress, cansaço, déficit de atenção ou comprometimento do raciocínio), são comuns as fatalidades relacionadas à imprudência ou transgressão às leis de trânsito.

Os sinistros de trânsito são eventos não intencionais, evitáveis, causadores de lesões físicas e emocionais. Neste trabalho verificamos ainda que é possível atribuir ao fator veículo 5%; e 13% aos fatores via e ambiente. Dentre estes fatores intervenientes e causadores dos sinistros, o comportamento humano é destacadamente o grande responsável, até mesmo porque como a manutenção é responsabilidade do condutor e as falhas no veículo em alguns casos também deve ser vinculada ao fator humano” comentou o diretor científico.

CONFIRA AQUI todas as causas de sinistros em 2021 e 2022.

Abramet, SBGG e Unifesp unem esforços e lançam cartilha inédita para a direção segura da pessoa idosa condutora

Como garantir à pessoa idosa autonomia e segurança para manter a direção veicular, aumentando sua qualidade de vida e a confiança de seus familiares? Para responder a essa e outras perguntas, a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e a Disciplina de Geriatria e Gerontologia da Escola Paulista de Medicina (Unifesp) realizaram um amplo estudo e consolidaram o conhecimento atualizado em uma cartilha inédita, dirigida ao motorista acima de 60 anos e seus familiares.

De autoria da médica Vitória Arbulu Pitol, com orientação da geriatra Fânia Cristina dos Santos e médico do tráfego Áquilla dos Anjos Couto, o documento é publicado dentro de iniciativas do Maio Amarelo, movimento nacional para conscientizar e engajar a população na prevenção de sinistros de trânsito. “Esse manual oferece informação científica atualizada e de grande relevância para orientar o condutor com idade, com práticas que poderão prevenir sinistros e garantir a tão desejada autonomia com segurança para esse público”, afirma Áquilla dos Anjos Couto, coordenador da Comissão de Micromobilidade da Abramet.

ACESSE AQUI A CARTILHA

Orientadora do projeto, a geriatra Fânia Cristina destaca a importância de uma atenção especial ao motorista com mais idade, público cada vez mais presente nas vias brasileiras. “Com esse manual, queremos reforçar a autonomia e liberdade desse motorista para que possam fazer o que desejar com segurança”, destacou. Em “Tenha uma direção segura! Manual da pessoa Idosa Condutora”, são apresentas informações básicas, como as normas legais de habilitação de condutores, assim como esclarecimentos sobre aspectos da condição física e de saúde que devem ser observadas e cuidadas pelo condutor de mais idade.

“Como estão suas juntas e músculos?” é uma das questões abordadas no manual, com explicações úteis: “Apesar de sentados, nos movimentamos muito atrás do volante. Sentir dor ou dificuldade para mexer as juntas e partes do corpo podem atrapalhar a direção. Essas dores podem ser alterações osteoarticulares ou neuromusculares, como osteoartrites, hérnias de disco e torcicolos. Situações comuns e que possuem tratamento. Não deixe sua dor te frear”.

Em suas 16 páginas, o manual traz linguagem direta e amigável, com uma apresentação que captura a atenção do leitor. Temas de grande relevância para o ato de dirigir, como o uso de medicações e consumo de álcool são abordados de forma pedagógica. O documento também traz dicas para uma direção segura, como o cuidado com o sono e a alimentação, atenção à saúde, com visitas periódicas ao oftalmologista, por exemplo. A cartilha traz, ainda, dicas para a correta manutenção dos veículos e para o trânsito do pedestre com idade.

Abramet apoia movimento Maio Amarelo e reforça alerta para mobilidade saudável e segura no Brasil

Estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) informa que o Brasil é o terceiro país com mais mortes no trânsito em todo o mundo. Dados do Status Report on Road Safety coloca o tráfego como a oitava causa de óbitos no País, vetor que vem ceifando a vida de um contingente próximo a 1,35 milhão de pessoas por ano em todo o mundo.

Esse cenário, que impõe desafios cada vez maiores àqueles que atuam pela redução de sinistros no trânsito, ganha visibilidade com a campanha Maio Amarelo. Com o mote “no trânsito, escolha a vida”, o movimento de conscientização para a redução da incidência de sinistros completa 10 anos de realização no Brasil em 2023.

“Em todos esses anos, a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) tem apoiado e participado do Maio Amarelo. Em 2023, esse endosso é ainda mais relevante, pela celebração de 10 anos da campanha”, comenta Antonio Meira Júnior, presidente da entidade. Segundo ele, o trânsito brasileiro ainda é muito violento e toda iniciativa para conscientizar a população e estimular mudanças de comportamento é essencial.

“Esse é um esforço estratégico e muito necessário no Brasil. Assim como em outros países, temos feito um trabalho intenso para reduzir os sinistros de trânsito, especialmente com vítimas fatais, mas ainda estamos longe de uma mobilidade totalmente segura e saudável”, frisou. Meira Júnior prestigiou a solenidade na capital federal.

Além de apoio à campanha do governo federal, a Abramet desencadeará iniciativas institucionais próprias para levar a mensagem do Maio Amarelo a todos os seus públicos. Com o apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Médica Brasileira (AMB), a entidade atuará especialmente no ambiente digital, mobilizando seus perfis oficiais nas redes sociais para destacar a importância e orientar sobre a prevenção de sinistros e estimular comportamento mais amigável de condutores, pedestres e demais usuários das vias brasileiras.

A campanha – Criado em 2014, o Maio Amarelo é um movimento internacional, apartidário, de conscientização para redução de acidentes de trânsito. O objetivo do movimento é uma ação coordenada entre o Poder Público e a sociedade civil. A intenção é colocar em pauta o tema segurança viária e mobilizar toda a sociedade, envolvendo os mais diversos segmentos.

A cor amarela foi escolhida por simbolizar a atenção e também a sinalização de advertência no trânsito. O laço representa que os acidentes de trânsito são também considerados uma epidemia e segue a mesma diretriz das campanhas de conscientização contra o vírus HIV, o combate ao câncer da mama (outubro rosa) e ao da próstata (novembro azul).

Nota de Pesar | dr. Laércio Joel Franco

É com profunda tristeza que a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) recebe a notícia da partida do dr. Laércio Joel Franco neste 1 de maio. Professor aposentado do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina, Franco colaborou com o Departamento Científico da Abramet na elaboração da Diretriz Abramet/AMB/CFM “Diabetes Mellitus e Direção Veicular”, tema em que foi importante autoridade acadêmica.

Laércio Franco também foi o responsável pelo primeiro Curso de Capacitação para Médicos Peritos Examinadores realizado no Brasil, parceria da Abramet com a Unifesp. Ele deixa um legado de retidão e competência, dedicação à medicina e à pesquisa, uma trajetória que honra a todos nós, médicos. A Abramet – toda a sua diretoria e associados – externa seu mais profundo pesar e presta condolências a seus familiares, amigos, colegas e alunos nesse momento de grande consternação.

Abramet mantém participação no Conselho Estadual de Trânsito e prestigia posse dos novos Conselheiros

Com membros nomeados para mais um mandato no Conselho Estadual de Trânsito do Estado de São Paulo (CETRAN-SP), biênio 2023-2024, a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) participou da posse do novo colegiado. Realizado na quinta-feira (13.04), o evento entronizou os 37 conselheiros nomeados por decreto publicado no Diário Oficial do Estado em 31 de março.

A entidade é representada no CETRAN pelos médicos Dirceu Diniz, integrante da Comissão de Acessibilidade e de Habilitação da Pessoa com Deficiência; e Áquilla dos Anjos Couto, das Comissões de Micromobilidade, Integração do Médico Jovem e de Estudos e Pesquisas da Abramet.

“Essa é uma parceria estratégica para a medicina do tráfego. A Abramet e o CETRAN-SP estabeleceram diálogo profícuo e permanente”, comenta José Heverardo da Costa Montal, diretor da Abramet e presidente da federada da entidade em São Paulo. “Temos iniciativas voltadas ao aperfeiçoamento do sistema de trânsito no que se refere à preservação da vida do cidadão e estudamos a possibilidade de sistematizar e analisar os dados gerados no Conselho”, acrescentou.

“Fazer parte desse colegiado é muito importante para nós, uma oportunidade de contribuir para a prevenção de sinistros e aprofundar o esforço de conscientização da população”, endossa Áquilla dos Anjos Couto. “Essa é a missão fundamental da Abramet, colaborar para reduzir o sinistro e construir uma mobilidade mais segura”.

Continuidade – Advogado e servidor público estadual, Frederico Pierotti Arantes foi reconduzido à presidência do CETRAN-SP, com irrestrito apoio manifestado pelo Diretor Presidente do Detran, Eduardo Aggio de Sá, e da Secretaria da Gestão e Governo Digital, por meio do seu Secretário Executivo. O conselho é formado por representantes de órgãos executivos do governo, das polícias Militar e Civil e de entidades representativas da sociedade ligadas à área de trânsito no Estado de São Paulo.

Órgão máximo normativo, consultivo e coordenador do Sistema Estadual de Trânsito e integrante do Sistema Nacional de Trânsito, o CETRAN-SP é responsável por normatizar e coordenar o Sistema Nacional de Trânsito no âmbito do Estado e elaborar normas e propor medidas para o aperfeiçoamento.

Abramet estreita diálogo institucional com Associação Paulista de Medicina

Um encontro para construir proximidade e fortalecer atuação conjunta em benefício do pleno exercício da medicina. Com esse objetivo, a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) participou de reunião de trabalho com a diretoria da Associação Paulista de Medicina (APM), realizada na sede da instituição na segunda-feira, 20/03. O encontro aconteceu na cidade de São Paulo, dando continuidade ao diálogo aberto entre as duas entidades.

“A APM sempre esteve ao lado da Abramet, nos fornecendo apoio e ajuda”, afirmou José Heverardo da Costa Montal, diretor da Abramet e presidente da federada da entidade no Estado de São Paulo. “O financiamento das pesquisas científicas da nossa especialidade gerou, por exemplo, a Lei Seca e a da obrigatoriedade de cadeirinhas infantis em automóveis. A APM sempre nos deu muito suporte neste sentido”, acrescentou.

Acompanhado pelo diretor de Micromobilidade, Áquilla dos Anjos Couto; e pela assessora jurídica da Abramet, Montal foi recebido pelo presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral, e pelo 2º vice-presidente da entidade, Antônio José Gonçalves. O superintendente de Estratégia e Marketing da APM, Jorge Assumpção, e a consultora de Eventos Harumi Ishihara também participaram do encontro, além das gerentes da Unicred Gisele Glavtcheff e Juliana Teixeira Carlos Rodrigues, que apresentaram os principais benefícios da instituição financeira – que possui uma agência localizada na sede da APM.

Na ocasião, os dirigentes da Abramet conheceram alguns dos principais serviços disponibilizados pela Associação Paulista de Medicina, como o Hotel Fazenda e o Instituto de Ensino Superior (IESAPM), e os eventos organizados pela entidade, como congressos e ações culturais. Durante o encontro, Montal relembrou que a Medicina do Tráfego nasceu dentro da Associação Médica Brasileira (AMB), o que aproximou a especialidade da APM.

Segundo ele, uma das características mais marcantes da especialidade é ter como interlocutor estratégico o poder público, o que exige a união de forças de toda a classe médica para a defesa dos temas de interesse da categoria. O presidente da Abramet SP recordou convênio celebrado com a APM no passado, qualificado como uma grande conquista para a medicina do tráfego.

“O convênio que nós tínhamos permitia um contato muito profícuo para ambas as partes e retomá-lo será de grande valia. Para nós, é absolutamente importante restabelecer essa relação de proximidade. Esperamos poder usar os muitos recursos que a APM tem, inclusive em termos de marketing, instalações, história e estrutura, que podem servir em favor de nossos associados”, disse Montal.

“São incontáveis possibilidades que se abrem em uma conjunção como a que está sendo proposta. Por isso, acho que essa parceria vai ser de muito sucesso, enriquecedora e, sem dúvidas, a nossa expectativa é a mais positiva possível”, ressaltou.

(Com informações da assessoria de imprensa da APM)

Jornada em BH promoveu confraternização e direcionamento

O evento também proporcionou momentos para o reencontro com amigos e colegas de profissão, na opinião de Sérgio Ricardo de Almeida Barbosa. “Esse é um momento para a atualização de conhecimentos e também para revermos os amigos. E a programação trouxe temas que confirmam a importância da Abramet e o quanto essa entidade precisa ser mais ouvida pelos gestores políticos”, afirmou o otorrinolaringologista, que há oito anos também atua como médico do tráfego no município de Santa Luzia, Região Metropolita de Belo Horizonte.

Para o casal Antônio Élcio Coelho Sarto e Ângela Sarto, da cidade de Elói Mendes, o momento também foi de busca por atualização e suporte ao exercício profissional. “A mudança recente na legislação, que expandiu o prazo de validade do exame físico e mental para dez anos, trouxe certa insegurança. E esses encontros são momentos para buscarmos mais orientações sobre os protocolos clínicos”, afirmou a psicóloga. “Acreditamos que em uma década muitas doenças, como por exemplo, cardiológicas e oftalmológicas podem surgir e apresentar muitos riscos para esses condutores na faixa dos 18 a 49 anos”, acrescentou o clínico geral.

A preocupação do casal foi compartilhada pelo clínico e homeopata, Arthur Moreira Neto, que no domingo, 25, realizou o exame para obtenção da especialização em medicina do tráfego. “ Nossa atuação é muito complexa, pois lidamos com doenças de todas as outras especialidades. Além disso, acidentes de trânsito matam mais que guerra e por isso precisamos ser bem assertivos na aprovação dos condutores, para oferecermos uma medicina preventiva”, afirmou.

PUBLICAÇÕES ABRAMET – Os participantes da Jornada Científica receberam o volume da primeira edição 2023 da Revista Abramet e a versão impressa da cartilha com todas as diretrizes sobre os prazos de validade do EAFM em relação às doenças dos condutores.

Segundo Flávio Adura, as diretrizes foram baseadas em 177 referências bibliográficas, que podem ser consultadas na edição n° 1, de 2019, da Revista Abramet, disponível no site da entidade.

Jornada Científica da Abramet reúne 340 médicos do tráfego em Belo Horizonte

Ao se habilitar como motorista aos 23 anos de idade, o hoje Presidente do Departamento de Trânsito do Estado da Bahia (Detran-Ba), Rodrigo Pimentel de Souza Lima, descobriu que era hipertenso. Considerando o benefício para a saúde e o ganho na expectativa de vida saudável resultantes do controle da doença, graças ao acompanhamento médico que faz há mais de duas décadas, aquele primeiro Exame de Aptidão Física e Mental para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação por si só já justificaria sua existência.

O depoimento de Rodrigo Lima resume bem o clima de congraçamento e de compartilhamento de evidências e consensos que permeou toda a Jornada Científica promovida pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) e sua federada, a AMMETRA, no último sábado (24), em Belo Horizonte.

Segundo o presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior, as doenças orgânicas, como a hipertensão, são responsáveis por cerca de 12% dos sinistros de trânsito fatais, sendo o fator de risco de maior constância entre os múltiplos outros que contribuem para a ocorrência destes eventos indesejados. E as Jornadas Científicas têm o objetivo de atualizar o debate dos principais temas que desafiam os médicos do tráfego, incluindo as questões políticas e científicas relacionadas com a mobilidade humana, considerando toda a sua complexidade.

Na abertura do evento, que reuniu mais de 340 médicos do tráfego no Centro de Convenções da Associação Médica, Meira Júnior convidou os colegas para se engajarem às lutas da Abramet, “visando fortalecer o compartilhamento de experiências de sucesso e a representação da categoria junto à gestão de políticas públicas em defesa da saúde e de um trânsito mais sustentável”.

PARCERIAS – Para o diretor de Defesa do Exercício Profissional da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), Marcelo Versiani Tavares, “a medicina do tráfego tem sua beleza própria, pois visa o bem-estar físico, psíquico e emocional do condutor e também de todos os envolvidos”.

A opinião De Tavares foi referendada pela vice-diretora do Detran-MG, Andrea Abood, que acrescentou: “ a circulação nas ruas exige uma conduta consciente e responsável de todos, e a avaliação do condutor de veículos pelo médico do tráfego é muito importante para se alcançar a meta da redução de sinistros e mortes no trânsito”, afirmou.

A delegada participou da abertura do evento, ao lado da diretora da Divisão de Habilitação do Detran-MG, Maria Alice Faria, da presidente da Associação de Clínicas de Trânsito do Estado de Minas Gerias (ACTRANS- G), Adalgisa Lopes e da presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM-MG), Ivana Raimunda de Menezes.

HOMENAGENS – A Jornada Científica, em Belo Horizonte, na avaliação do presidente da Associação Mineira de Médicos do Tráfego (AMMETRA), Arilson de Souza Carvalho, “foi motivo de muita emoção e gratidão, especialmente após a saída vitoriosa da pandemia da covid-19”.

Carvalho aproveitou a representatividade da categoria, que atua nas 620 clínicas credenciados para realização do Exame de Aptidão Física e Mental (EAFM) em Minas, para homenagear publicamente o diretor científico da Abramet, Flavio Adura. “Somos todos filhos científicos e morais desse homem, que traz sobre seus ombros de gigante todo o balizamento técnico e científico oferecido à Medicina do Tráfego”, declarou.

E, em “reconhecimento à atuação de autoridades parceiras na promoção da saúde e prevenção de sinistros no trânsito”, Arilson Carvalho e o presidente da Abramet, Antônio Meira Júnior,  entregaram placas de homenagem também ao diretor–chefe do Departamento Estadual de Trânsito do Estado de Minas Gerais (Detran-MG), Eurico da Cunha Neto (representado pela vice-diretora do Departamento, Andrea Abood); ao diretor geral do Detran-BA, Rodrigo Pimentel de Souza Lima; à diretora da Divisão de Habilitação do Detran-MG, Maria Alice Faria e à  presidente da Associação de Clínicas de Trânsito do Estado de Minas Gerias (ACTRANS- MG), Adalgisa Lopes.

ATUALIZAÇÃO CIENTÍFICA – Na Jornada Científica realizada na capital mineira, a grande novidade foi a apresentação das diretrizes para o exame físico e mental do condutor idoso. Segundo o diretor cientifico da Abramet, Flavio Adura, que ministrou a palestra sobre o tema, “a avaliação do condutor idoso exige, além da acurácia dos parâmetros científicos, muita sensibilidade e bom senso do médico perito”, observou.

Para Adura, “na atual sociedade sobre rodas, retirar a CNH do idoso pode representar a retirara de autonomia para muitas atividades diárias, o que pode contribuir para a evolução de um quadro depressivo dessa população, que aumenta cada vez mais no país”, pontuou.

Sobre as diretrizes para o condutor idoso, ele admitiu que, “embora não estejam tão bem consolidadas quanto as diretrizes para a avaliação de condutor com Parkison (com mais de 400 referências bibliográficas), o embasamento científico de tais diretrizes poderá contribuir muito para a realização do EAFM dos idosos”, garantiu.

Além das diretrizes para o público com mais de 60 anos de idade, a programação enfatizou outras diretrizes mais complexas para os médicos peritos, como a doença de Parkinson e outras síndromes parkinsonianas, que afetam uma a cada sete pessoas antes dos 50 anos de idade, e que já contabilizam cerca de 200 mil casos no Brasil.

CRITÉRIO E RESPEITO – Também a doença renal crônica dialítica, presente em 150 mil brasileiros, segundo o diretor científico da Abramet, Alysson Coimbra, exige atenção e, sobretudo, recomendação do médico do tráfego para que o paciente não dirija no dia em que realizar a hemodiálise.

“Os sintomas anteriores e posteriores ao procedimento podem colocar o paciente em risco, até mesmo de morte súbita, o que torna inviável a condução de veículos”, justificou. Coimbra acrescentou que exames complementares, como hemoglobina glicada, por exemplo, deveriam constar no protocolo de avaliação desses pacientes, mas ainda representa um desafio para o Sistema Único de Saúde no atendimento à medicina do tráfego.

O primeiro vice-presidente da Abramet, Ricardo Irajá Hegele, destacou as diretrizes para o transtorno do espectro autista e a esquizofrenia. Esta última, considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a quarta doença mais incapacitante, que afeta 23 milhões de pessoas no mundo, e cujos primeiros sintomas aparecem no final da adolescência e início da fase adulta. “Um sinal de alerta para os médicos do tráfego, especialmente na avaliação dos candidatos à primeira habilitação ou renovação da CNH”, afirmou Hegele.

Sobre as diretrizes para o condutor autista, Ricardo Hegele chamou a atenção para o risco maior de epilepsia nesses pacientes, que segundo ele, chega a ser até 40% maior que em pacientes que não sofrem do espectro. “Daí a necessidade da conjunção da avaliação do perito com os relatórios do psiquiatra e neurologista que acompanham o paciente”, observou.

NOVAS DIRETRIZES – Para o diretor da Comissão de Habilitação da Pessoa com Deficiência da Abramet, Dirceu Diniz, as diretrizes da área recomendam a avaliação da deficiência física e motora que cause impedimento a longo prazo e que demandam equipamentos ou veículos específicos. Ele também enfatizou “o cuidado do médico perito ao observar a intencionalidade do condutor para se beneficiar da isenção do IPI para aquisição de veículos automotores”.

O médico Áquila dos Anjos Couto, que também integra o Departamento Científico da Abramet, apresentou as orientações sobre as condutoras grávidas e puerpérias, cuja finalidade é preservar a vida tanto da gestante quanto do feto. O uso do cinto de segurança foi reforçado como “indispensável para a segurança das condutoras, uma vez que está sendo abolido da orientação de mais de 50% dos médicos durante o pré-natal”, advertiu Couto.

Abramet participa do lançamento da FPmed e estreita diálogo com Legislativo Federal

Parlamentares federais, integrantes do governo federal, presidentes e representantes de entidades de especialidades médicas, e profissionais da área da saúde pública e privada reuniram-se em Brasília para o relançamento da Frente Parlamentar Mista de Medicina (FPMed), colegiado que reúne deputados federais e senadores na defesa de pautas de interesse da medicina. Realizado na noite da quarta-feira (22/03) na sede da federada da Associação Médica Brasileira no Distrito Federal (AMBr), o evento marcou o início da nova gestão do senador Hiran Gonçalves (PP-RR), reconduzido à presidência da FPMed.

“A Frente Parlamentar da Medicina é uma parceira histórica da medicina do tráfego e tem feito um trabalho de grande relevância para a preservação da vida no trânsito brasileiro”, disse o presidente da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (ABRAMET), Antonio Meira Júnior. “O senador Hiran, assim como outros parlamentares do colegiado, foram decisivos na nossa luta durante a modernização do Código de Trânsito Brasileiro, nos ajudando a impedir retrocessos na legislação”, recordou. Meira veio à capital federal especialmente para a ocasião e estava acompanhado do presidente da federada Abramet no DF, Geraldo Guttemberg Soares Junior.

Reafirmando que a atuação da frente é pautada pela defesa da saúde da população, o senador Hiran Gonçalves proferiu discurso afirmativo em defesa do ato médico e de melhores condições para o exercício da medicina. “Prover saúde é o mais nobre compromisso do poder público”, afirmou o parlamentar, sinalizando os temas estratégicos a serem trabalhados pela FPMed, entre eles:

  • Criação da carreira única de médico de Estado;
  • Valorização do ato médico;
  • Modernização da legislação do Sistema Único de Saúde (SUS), com vistas a estabelecer melhores condições de trabalho e remuneração para os médicos;
  • Aperfeiçoar os cursos de medicina, incluindo a qualidade do ensino e o aumento da remuneração das bolsas de residência médica.

Além da ABRAMET, outras entidades de especialidades marcaram presença, assim como o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran da Silva Gallo. Acompanhado por integrantes de sua diretoria, o executivo renovou a defesa do ato médico e reconheceu a importância da atuação da FPMed na articulação de temas de grande relevância para a medicina e a saúde brasileiras.

Em breve pronunciamento, o secretário de Saúde do Rio de Janeiro, o deputado federal Dr. Luisinho criticou a reedição do programa Mais Médicos, anunciado pelo governo federal, e defendeu a valorização do médico brasileiro. Citando a ABRAMET para cumprimentar todas as sociedades de especialidades presentes, em breve pronunciamento o secretário também colocou-se à disposição para apoiar as iniciativas da FPMed.

A Frente Parlamentar Mista da Medicina foi criada em 2017. Formado em sua maioria por médicos parlamentares, o colegiado tem como objetivo defender e estimular a prática de uma medicina de excelência no país, resultando em melhor atendimento e mais saúde à população. A FPMed também atua para valorizar o médico e melhorar suas condições de trabalho e capacitação.

Nota da Abramet pela democracia pacífica

A Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) manifesta publicamente seu repúdio aos atos de vandalismo, de depredação do patrimônio público e de agressão aos Poderes constituídos, vistos na tarde do último domingo (8), em Brasília.

Esse episódio demonstra a necessidade de ações que promovam a convivência pacífica, respeitosa e democrática entre os indivíduos e as matizes ideológicas, de modo que as lamentáveis atitudes assistidas na capital federal não ameacem a estabilidade social e a sobrevivência da Democracia no Brasil.

Para que o País possa caminhar em direção a um futuro mais justo em benefício de toda população brasileira, a Abramet faz votos para que os envolvidos sejam identificados e devidamente responsabilizados.

São Paulo, 10 de janeiro de 2023.