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Mulher e moto: A invasão do sexo feminino num universo que era só dos homens

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A mulher sempre foi tímida, temerosa, caseira, ligada ao trabalho doméstico, e num piscar de olhos, a partir da década de sessenta passa a invadir espaços nunca dantes navegados. Lança-se no mercado multidisciplinar, avança em todas as direções passando a concorrer sistematicamente com o homem.

De pouco tempo para cá invade o espaço das motocicletas, até então domínio absoluto do sexo masculino. Começa como carona e logo assume o guidom.

Discretas, sem exibicionismo, cautelosas, preocupadas com a segurança, conquistam o mercado de motocicletas. Hoje, estima-se que 25% da frota brasileira de motos sejam de domínio das mulheres.

E porque será que esse mercado cresce tanto?
Vários são os fatores:

  • Prazer de pilotar
  • Baixo custo
  • Baixo consumo
  • Manutenção de baixo custo
  • Fácil estacionamento
  • Proporciona laser e trabalho
  • Fácil mobilidade

Mas a mulher não ficou só na utilização convencional da moto. Partiu para motoboy, mototaxi, moto velocidade, MotoCross, rali, moto aventura, invadindo áreas que jamais entrou.

Curiosamente temos observado que os acidentes envolvendo o sexo feminino tem sido baixo e quase sempre sem muita gravidade. A gravidade torna-se predominante quando a mulher é passageira, sempre conduzida por homem, principalmente jovem.

Daí surgiu também novo mercado de moda. Roupas, capacetes, luvas, macacões, botas e todo um aparato sofisticado e específico para atender uma nova vaidade feminina. A demanda cresce, o mercado se agiganta. Tudo é usado de conformidade com a legislação.  Cuidados na utilização dos equipamentos de segurança, na manutenção dos mesmos e do veículo.

Fatalidades são raras quando pilotando e se justifica tendo em vista comportamento totalmente diferenciado em relação ao homem.

Principais diferenças na utilização da moto:

Homem

Status, Poder, Conquista

Exibicionista

Negligente, Imprudente

Sem Medo

Não Cauteloso

Esquece a Segurança

Acidentes Médios e Graves

Compulsão para Velocidade

Impaciente

Chega ao Estresse Rápido

Agride

Intolerante

Não usa a direção defensiva

Veloz

Usa direção ofensiva

Faz uso de álcool e drogas

Mulher

Necessidade

Humilde

Prudente, Segura

Medo

Cautelosa

Segura

Acedentes leves

Sem compulsão

Paciente

Estresse em longo prazo

Não agride

Tolerante

Usa direção defensiva

Sem velocidade

Não usa direção ofensiva

Raramente usa

E vai por aí, múltiplos outros fatores diferenciais estão presentes.

Como explicar tudo isso?

O homem difere em muito da mulher desde o metabolismo, as alterações hormonais, agilidade, agitação, desequilíbrio comportamental, atos impensados, compulsividade, pressa, melhor orientação espacial, necessidade constante de impor condições e de se julgar o dono do mundo.

As diferenças estudadas por pesquisadores americanos foram justificadas por condições genéticas e a ação de estrogênios na mulher.

No sexo feminino há uma integração dos hemisférios cerebrais fazendo com que o hemisfério emotivo se conecte com o hemisfério analítico levando a atitudes mais elaboradas, mais seguras, conscientes, bem conduzidas, diferentemente do homem que têm como característica rapidez no raciocínio matemático e espacial.

As mulheres são melhores nas condutas, nas palavras, nas relações humanas, mais tranqüilas e analíticas.

Estou convicto que por todos os motivos e justificativas apresentadas, entendo que sobre duas rodas, seja no laser ou no trabalho, a mulher é mais consciente, segura, cônsul dos riscos, responsabilidade e tem melhor desempenho.

Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior.
Diretor de Comunicação e do Departamento de Medicina de Tráfego
Ocupacional da ABRAMET.
Associação Brasileira de Medicina de Tráfego
www.abramet.com.br

dirceurodrigues@abramet.org.br
dirceu.rodrigues5@terra.com.br