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Apenas 7% dos passageiros usam cinto de segurança no banco traseiro

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O mau hábito foi construído ao longo dos anos pela impressão de que os ocupantes traseiros não correm os mesmos riscos de quem está no banco dianteiro

Foto: Romildo de Jesus


Por Matheus Fortes

Fundamental para os passageiros, o cinto de segurança continua a ser um item parcialmente utilizado nos veículos. Embora o cuidado seja muito tomado pelo condutor e o carona, isso não se aplica a quem está nos bancos traseiros.

Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), o Brasil é um dos países onde os ocupantes que estão na frente mais usam o cinto de segurança. O índice chega a 97%. Mas, nos bancos de trás, a situação se inverte. Apenas 7% usam o acessório obrigatório. De acordo com a Transalvador, foram registradas até o último dia 10, 13.148 autuações por falta do cinto de segurança do condutor ou passageiro na capital. Nas rodovias estaduais, o número de infrações chega a 1.164, de acordo com a Polícia Militar da Bahia, sendo as BAs 001, 099 e 093 as de maiores ocorrências.

O mau hábito foi construído ao longo dos anos pela impressão de que os ocupantes traseiros dos veículos não correm os mesmos riscos de quem está no banco dianteiro. Uma impressão, que, conforme o Dr. Antônio Meira – que é médico de Tráfego e presidente da Abramet Bahia –, está completamente equivocada.

O não uso do acessório nos bancos traseiros representa um perigo não só para aqueles que estão deixando de usar, mas até para os ocupantes que fazem o uso correto. “Numa colisão, o passageiro que está sentado no banco traseiro sem o cinto de segurança, fica completamente solto, e, portanto, seu corpo pode ir para o teto do carro, para os lados, e inclusive para frente, podendo atingir o ocupante do banco dianteiro”, explicou Meira.

O artigo 65 do Código Nacional de Trânsito determina que todos os ocupantes do veículo devem estar usando o cinto de segurança, enquanto o carro estiver ligado. Se algum passageiro é flagrado sem o cinto, o motorista pode ser autuado, tendo que pagar uma multa de R$ 195, além de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Mesmo assim, é muito comum, principalmente no interior do estado, que as pessoas não utilizem o item obrigatório, sob o motivo de fazerem percursos pequenos, e muitas vezes em velocidade reduzida, até por conta da estrutura dessas cidades, que não contam com grandes avenidas – como uma Paralela ou Bonocô, por exemplo.

Meira aponta que esse raciocínio também está errado: 60% dos acidentes graves acontecem com menos de 30 minutos de passeio. Ou seja, é naquele percurso simples, muito próximo da residência, ou quando a pessoa já está chegando em casa.

“Além disso, se uma pessoa de 50 kg está em um carro a 60 km/h no banco de trás, equivale ao peso de um rinoceronte. Então, se houver uma colisão, uma redução de velocidade brusca, será esse peso de uma tonelada, que irá pra cima do motorista, caso o passageiro não use o cinto”, explica Meira.

Uso correto e manutenção

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os acidentes de trânsito são a maior causa de mortes de jovens em todo o mundo. No Brasil, ela é a segunda maior causa de óbitos em todas as faixas da população. Parte significativa dessas mortes poderia ser evitada pelo uso adequado do cinto de segurança.

Ao ser usado da forma correta, o acessório consegue evitar até 100% das lesões do quadril, 60% da coluna vertebral, 56% da cabeça, 45% do tórax, e 40% do abdômen.  O cinto de três pontos é o tipo mais comum do acessório e está presente em praticamente todos os carros, porém ele depende de uso correto.

A faixa diagonal tem que ser condicionada passando pelo terço médio da clavícula, entre o ombro e o pescoço e passando pelo tórax, prendendo de fato a pessoa ao banco. A parte subabdominal, tem que passar na parte mais baixa possível, passando pela protuberância abdominal, no quadril.

Tendo uma base científica sólida comprovando sua eficiência, na minimização de conseqüências graves dos acidentes de trânsito, o cinto também precisa de revisões e manutenções periodicamente.

Lubrificação nos pontos de fixação com óleo spray é o mais recomendado, além de que o motorista deve sempre estar atendo quando o acessório começa a “desfiar” – o que é um sinal de desgaste do material, que pode estar precisando de uma substituição urgente.

Fonte: https://www.trbn.com.br/materia/I3219/apenas-7-dos-passageiros-usam-cinto-de-seguranca-no-banco-traseiro