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A motocicleta no trânsito

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No mundo moderno não se pode admitir a mobilidade das pessoas sem a motocicleta. Um meio de transporte ágil, econômico, flexível e acessível. Aqui na Bahia, o número de motos octuplicou nos últimos 10 anos, passando de pouco mais de 120.000 unidades para mais de 1.000.000.

O incremento de motocicletas no meio urbano e rural trouxe alguns problemas para a nossa sociedade. Por conta de sua baixa estabilidade, vulnerabilidade às imperfeições das vias e ausência de perícia de seus condutores entre outras questões, proporcionou um aumento exponencial dos acidentes de trânsito e, consequentemente, de mortos e sequelados.

As motos somam quase 27% da frota nacional, mas consomem 75% das indenizações pagas pelo seguro Dpvat, o seguro obrigatório de veículos. É responsável pela ocupação de 60% dos leitos do SUS, ocupação que muitas vezes estende-se por mais de 6 meses, e por um exército de jovens sequelados que, prematuramente, oneram a previdência social.

Pelo exposto acima, dar para imaginar o prejuízo causado pelos acidentes com motocicletas na nossa sociedade, o trauma nas famílias em função  de mortes ou sequelas, alta ocupação de leitos nos hospitais, despesas no sistema SUS, no sistema previdenciário e na recuperação de infraestrutura danificada.

É preciso encontrar uma solução para a questão. Para solucionar o problema, o tema  precisa ser tratado nas escolas, desde o ensino fundamental, iniciando um processo de formação de cidadãos conscientes da importância do respeito à legislação e de uma postura de segurança no trânsito. Repensar, também, o atual modelo de formação dos condutores, que apenas treina o candidato a obter a habilitação, que não prioriza a educação. É necessário fomentar um modelo em que tenhamos  condutores capacitados e com perícia, conhecedores e conscientes da importância de respeitar as leis do trânsito!

 

Dr. Maurício Bacelar
Eng. Civil
Mestre em Gestão Pública
Ex-Diretor do DETRAN-BA