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A COVID-19, seu impacto na sociedade e como a Medicina de Tráfego tem colaborado nesse cenário. Estes foram os temas centrais do encontro virtual promovido pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), na última sexta-feira (10). A aula, que já conta com cerca de 600 visualizações no canal do Youtube e alcance de mais de duas mil pessoas na página no Facebook da instituição, atualiza os internautas com base nas evidências científicas mais recentes acerca da doença e suas implicações na rotina dos médicos.
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A abertura da aula foi feita pelo presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior, que agradeceu a participação dos especialistas e enfatizou o trabalho da entidade frente aos desafios provocados pela pandemia. “Hoje vamos dar início a essa sessão de lives que a Abramet tem preparado para os médicos e para a sociedade”, destacou, ao apresentar os especialistas convidados.
Recomendações – Flávio Adura, diretor científico da entidade e um dos convidados, falou sobre os esforços que a Abramet tem empreendido para atualizar os especialistas e a sociedade em geral sobre os cuidados necessário durante a pandemia. Além dos Guias de Orientação publicados com orientações para os caminhoneiros, motociclistas e condutores de ambulância, um importante documento também foi elaborado para que os médicos possam dar continuidade às atividades em seus ambientes de trabalho.
“É muito importante que os médicos de tráfego partilhem essas informações. Nós temos hoje médicos em todas as regiões do País. Então, devemos distribuir essas cartilhas para que esses profissionais saibam como se proteger e como orientar seus pacientes”, enfatizou adura. Além disso, abordou também a questão da retomada do trabalho do Médico de Tráfego e quais cuidados devem ser tomados nesse momento.
Entre as recomendações, estão restrição à entrada de acompanhantes na sala de espera; manter as janelas abertas, sempre que possível; intervalo entre as consultas para que haja tempo suficiente para evitar aglomeração na recepção e para higienização apropriada da sala e materiais; funcionário da recepção devem ser orientados a fazer busca ativa de pacientes com sintomas respiratórios e gripais entre outros.
Em relação à sala de exames, explica o especialista, é muito importante que haja higienização detalhada do local e equipamentos após cada exame; utilização compulsórias pelo candidato de álcool gel ao entrar nos consultórios; disponibilização das máscaras com orientações, quando necessário; os candidatos deverão usar suas própria canetas no preenchimento dos questionários e, se isso não for possível, deve-se providenciar a higienização do item; cuidado no manuseio dos papéis utilizamos no exame, tais como CNH, questionário e formulários; entre outras recomendações.
“Uma preocupação que temos também é com as juntas médicas especiais e as de recurso. Ambas devem seguir esses mesmos cuidados na sala de espera e nos exames, além do distanciamento entre os médicos e entre os candidatos. Além disso, o Parecer CFM n° 3/2020 diz que é vedada a prática de perícia virtual. Em relação às bancas especiais, varia de estado para estado e, em alguns lugares, o médico acompanha o candidato com deficiência no veículo. Nesse momento, a Abramet não recomenda esse tipo de procedimento”, declarou o diretor científico.
COVID-19 – Já o coordenador do Departamento de Atendimento Pré-Hospitalar da Abramet, Carlos Alberto Eid, explicou brevemente acerca da COVID-19 e a nova orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que versa sobre do vírus poder ser disseminado pelo ar. Essa recomendação foi divulgada pela instituição em virtude de uma carta assinada por 239 cientistas e enviada à OMS informando que o vírus poderia ficar suspenso no ar.
“O vírus fica nas gotículas que exalamos dos nossos pulmões e essa gotículas se precipitam a 1,5m ou 2m, se não tiver vento. No entanto, existem outras gotículas que não são tão grandes, que vêm do fundo do pulmão, que também podem ter vírus em seu interior e elas, em especial, mas não exclusivamente, se você espirrar, tossir ou apenas falar, podem ir muito mais distante que 1,5m – que é a distância dita como suficiente para se manter entre as pessoas”, explicou Carlos Eid.
O especialista enfatizou ainda que, além de explicar para as pessoas o que deve ser feito, é importante que elas saibam o motivo de estarem seguindo as recomendações, especialmente em tempos de fake news e más explicações.
“A chance de se encontrar alguém na rua que tem o vírus e não sabe é elevada. Essas pessoas pegam transporte coletivo, vão aos restaurantes, andam na rua e se encontram com pessoas sadias, sem o vírus. E é aí que ele se espalha! A grande forma de impedir que o vírus saia de uma pessoa doente é ela usar a máscara”, disse.
Eid apresentou alguns tipos de máscaras utilizadas no cotidiano e aquelas preconizadas pelos médicos e quais são as mais recomendadas para serem utilizadas durante a pandemia. “Quando analisamos os países que ‘seguraram melhor’ a COVID-19, observamos que as pessoas já tinham o hábito de usar a máscara. Já sabiam que o uso era para proteger o outro. As pessoas quando não estavam se sentindo bem, por qualquer motivo, ao sair de casa já usavam a máscara, pois fazia parte da cultura”, enunciou.
Já em relação às atividades físicas externas, especialmente o ciclismo e a corrida, o especialista reforçou a importância do uso da máscara para evitar a disseminação do vírus. “Se você pedala em uma bicicleta, o deslocamento do seu corpo produz um turbilhonamento do ar formando um pequeno vácuo atrás, que cria uma ‘cauda’, como se fosse um cometa, levando as gotículas da sua saliva. Quem vier atrás será atingido, mesmo a uma distância de 20 metros e, com muita frequência, a 10 metros. Menos que isso, há uma incidência ainda maior. Se a pessoa estiver de máscara, esse problema será evitado, porque ele ficará retido ali”, enfatizou.
Dúvidas – Na oportunidade, os participantes puderam ainda tirar dúvidas sobre o tema e expor opiniões acerca dos tópicos debatidos. Uma das questões foi sobre como higienizar o RZ – aparelho utilizado pelos especialistas para avaliação da acuidade visual e alguns testes de ofuscamento, entre outros.
“O RZ tem um manual de limpeza, sobre como se desmonta e como deve ser higienizado. Mas, a princípio, a higienização externa é normal, o cuidado é maior com as oculares. No entanto, ele comporta uma limpeza com álcool isopropílico 70%”, explicou Flávio Adura.
Entre outras dúvidas, estavam ainda a questão da máscara molhada após a atividades física; se a falta de uso de máscara pelo motorista e passageiros pode ser considerada infração como falta de equipamento de segurança, passível de pontuação na CNH; se a máscara seria um costume adquirido no Brasil; como se proteger no interior de veículos; e mais.