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Uma pessoa está morrendo no trânsito enquanto você lê o início desta matéria. Pelo menos, é isto o que revela uma preocupante estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS): a cada 25 segundos, um indivíduo morre em acidentes de trânsito em todo o mundo.
Em 2014, 1,25 milhão de vidas foram perdidas em acidentes terrestres no planeta, segundo o recém-lançado Relatório Global sobre a Situação da Segurança no Trânsito 2015, da OMS.
No Brasil, foram cerca de 42,3 mortes em acidentes em 2013, último dado disponível do Ministério da Saúde. Na Bahia, estado do Nordeste com maior número de ocorrências, 2.676 pessoas morreram em acidentes de trânsito em 2013.
A redução destes índices, classificados como alarmantes, será o tema sobre o qual irão se debruçar líderes e especialistas de todo o planeta na 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito – Tempo de Resultado. O encontro será nas próximas quarta e quinta-feiras, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília (DF).
O evento vai debater legislações, ações, medidas de prevenção, atendimento pós-acidente e experiências bem-sucedidas em todo o mundo, visando ao alcance da meta do Plano Global para a Década de Ações 2011-2020, que é reduzir pela metade as mortes no trânsito.
“O volume de vítimas fatais do trânsito chega a um nível inaceitável, particularmente entre a população mais pobre dos países mais pobres”, afirmou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.
A conferência é organizada por um comitê composto por oito ministérios, sob a coordenação do da Saúde, em parceria com OMS, Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e o Amigos da Década – grupo informal comprometido com o sucesso do plano global, cuja meta é salvar 5 milhões de vidas no planeta até 2020.
Cerca de 1,5 mil participantes de mais de 120 países estarão no evento, entre autoridades de governo, organismos internacionais, organizações não governamentais nacionais e internacionais, representantes da área do trânsito, da sociedade civil e dos meios jurídico e parlamentar.
Vulneráveis
Os motociclistas são um dos grupos mais vulneráveis no trânsito. Na Bahia, em 2013, foram 679 mortos em acidentes com motocicletas, de acordo com o Ministério da Saúde. No mundo, o relatório da OMS aponta que os motociclistas representam 23% das fatalidades.
Pedestres e ciclistas também estão entre os grupos mais vulneráveis, correspondendo a 22% e 4%, respectivamente, das mortes. “A falta de políticas voltadas para usuários vulneráveis está matando pessoas e prejudicando cidades”, pontua Etienne Krug, diretor do setor de Prevenção de Deficiências, Violência e Incapacitações da OMS.
Metas
Na metade da década de ação estabelecida pela ONU, em que governos em todo o mundo comprometem-se a reduzir os acidentes de trânsito, a PRF registrou diminuição, entre 2011 e 2014, de 9,4% em números absolutos de acidentes e 24% no índice de mortos nas rodovias federais de todo o Brasil.
Na Bahia, entre 2011 e 2013, houve aumento de 3,7% em relação à mortalidade no trânsito, segundo dados do Ministério da Saúde. Foram registrados 2.741 óbitos em 2011, contra 2.845 em 2013. Já em Salvador, houve redução de 12% entre 2011 e o ano passado – 238 para 209 óbitos.
Os números evidenciam que tanto o estado quanto a capital têm desafios para reduzir a mortalidade nas vias. A meta da Bahia é chegar a um número próximo de 1.370 óbitos em 2020. Salvador tem o compromisso de reduzir a 119. Tanto o estado quanto a capital deverão diminuir o índice de mortalidade em pelo menos 10% todos os anos para atingir o objetivo.