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Mobilidade, sinistros de trânsito e saúde: Abramet provoca debate sobre políticas públicas

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A prevenção e redução dos sinistros de trânsito são desafios da sociedade brasileira e exigem uma ação coordenada, tendo o poder público como ator de grande relevância. Para discutir o tema, a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (ABRAMET) promoveu um encontro com secretários de saúde: o debate aconteceu no terceiro dia do XV Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego, em painel que abordou a interface entre saúde, mobilidade e políticas públicas. Estratégico para a medicina do tráfego, o painel lotou o auditório do Costão do Santinho Resort, em Florianópolis (SC).

Antonio Meira Júnior, Presidente da Abramet, e Phil Camarão, Secretário de Saúde do Estado do Maranhão, coordenaram o painel Ações das Secretarias Estaduais de Saúde para a prevenção dos agravos, resultantes da mobilidade, que repercutem na saúde humana, que também recebeu Carmem Zanotto, Secretária de Saúde de Santa Catarina, José Luiz Gomes do Amaral, Presidente da Associação Paulista de Medicina, e Marcos Musafir, ex-Secretário de Saúde do Rio de Janeiro.

Carmem Zanotto agradeceu a atuação da Abramet na elaboração de projetos e marcos legais que auxiliam na preservação e manutenção da vida no trânsito. Ela também apontou  melhorias na forma de resgate, como a maior agilidade, mas ressaltou que é preciso garantir a sequência do atendimento às vítimas de sinistros de trânsito através do Sistema Único de Saúde (SUS). “Precisamos encarar os sinistros de trânsito e a Medicina do Tráfego e dar visibilidade. Falamos das epidemias, dos problemas de dengue, das baixas coberturas vacinais, mas não falamos da epidemia de vítimas de acidente de trânsito que precisam ser assistidas”, completou.

José Luiz Gomes do Amaral, que representou o Secretário de Saúde de São Paulo, Eleuses Paiva, trouxe a experiência de São Paulo, onde os sinistros de trânsito matam mais que os homicídios. “Se nada for feito, nós teremos os acidentes de trânsito como a sétima principal causa de mortes evitáveis no mundo”, apontou, apresentando uma série de intervenções  realizadas no Estado para mudar essa realidade. Já Marcos Musafir destacou as ações do Rio de Janeiro com o objetivo de melhorar a mobilidade das pessoas.

Para encerrar, Phil Camarão relembrou ao público que os médicos e psicólogos ajudam a preservar a vida, assim como as ações que conscientizem e incentivem a direção defensiva, educação nas escolas e combatam a sensação de impunidade. “O número de sinistros não vai parar de subir enquanto essa sensação de impunidade permanecer”, concluiu.

A manhã do último dia do XV Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego também contou com uma atualização sobre os procedimentos para avaliação da Pessoa com Deficiência (PCD) e com um debate sobre como o médico do tráfego pode contribuir para a redução de sinistros decorrentes de distúrbios do sono – tais temas são objeto de diretrizes da ABRAMET.